DEPENDÊNCIA QUÍMICA



Uso de substâncias que provocam a necessidade de uso. Como álcool, fumo, maconha, cocaína, crack, anfetaminas.
O uso das substâncias passa a ser o maior objetivo da vida.
Acarreta prejuízo na vida global do indivíduo, nas relações sociais e familiares, no trabalho, na situação econômica.
Provoca distúrbios na saúde: doenças correlacionadas ao uso como depressão, úlcera, enfizema, etc.
A compulsão ao uso de drogas se relaciona, também, a outros tipos de compulsão (Veja Compulsões).
Saiba mais:
A pergunta mais frequente com a qual o profissional de saúde, seja o Clínico, o Psicólogo, o Psiquiatra se depara é:
Por que “aquela pessoa” começou a usar drogas?
A resposta não é algo tão preciso como muitos esperam.
O importante não é saber porque a pessoa experimentou uma droga pela primeira vez, mas o que aconteceu depois.
A relação de cada pessoa com a droga que utiliza, é o que vai importar, assim como as consequências de seu uso sobre cada pessoa. Existem as drogas que são consideradas lícitas como a cafeína (café, chocolate, chá), a nicotina (tabaco), o álcool,
e os psicofármacos, e as drogas ilícitas como a maconha, haxixe, cocaína, crack, ecstasy, ópio, heroína, LSD, etc...
Estamos cercados de substâncias psicoativas, desde o cafézinho, chá, bebidas alcoólicas, tabaco, até o uso de ansiolíticos,
calmantes e as drogas ilícitas como a maconha.
Muitas pessoas experimentam ou vão experimentar algum tipo de droga no transcorrer da vida.
Isto não quer dizer que se tornarão dependentes.
A mesma quantidade de droga e a frequência de consumo, têm consequências diferentes para cada pessoa que a utiliza.
Alguns se tornam dependentes com quantidades pequenas de droga, já outros são mais resistentes.
Pessoas que estão próximas à grupo de risco podem não se tornar dependentes, e no entanto outras, que tem tudo para levar uma vida saudável, se tornam dependentes.
Existe uma propensão genética. Pessoas com maior predisposição para desenvolver dependência química.
A genética responde pelo tipo de dependência e sua intensidade (entre 40% e 60%) e o restante se relaciona com características pessoais.
Existem grupos de pessoas mais vulneráveis: como os adolescentes, portadores de esquizofrênia, de depressão e ansiedade,
e pessoas com transtornos de personalidade como Transtorno Borderline, o Narcisista e o Antissocial.
A ADOLESCÊNCIA é um período em que ocorrem muitas modificações.
O cérebro ainda em fase de maturação, sofre várias mudanças e por isso o uso de drogas coloca os adolescentes em situação de maior risco.
A introdução de drogas nesta fase pode vir a provocar consequências no funcionamento cerebral.
O jovem gosta de experiências novas, de se sentir aceito pelo grupo, precisa se sentir seguro, e a influência dos amigos é muito maior que a influência da família.
O jovem está mais preocupado com a inserção em seu grupo, por isso ouve mais os amigos do que os familiares.
Pode justamente começar a usar drogas porque seus amigos usam.
Inicialmente pode começar a utilizar a droga como um consolo, um tranquilizador.
Depois passa a usar para satisfazer alguma necessidade íntima, ou encobrir alguma carência, ou inibição.
Finalmente, o que pode ocorrer com este jovem, é chegar a depender deste efeito psíquico que a droga provoca,
e que acaba por anular os demais interesses de sua vida.
AFINAL, O QUE É UMA DROGA ?
Droga é uma substância psicoativa que exerce efeito sobre o SNC (Sistema Nervoso Central), gerando estados alterados de consciência e modificando o comportamento.
O uso que se faz de uma droga pode variar de um uso adequado, como no caso de um medicamento necessário para aplacar uma dor física, ou no tratamento de doenças, como são utilizados os antidepressivos no tratamento da depressão, ou para uso recreacional: como beber socialmente dentro dos limites.
Já o uso inadequado e continuado das drogas, vai fazer com que a pessoa modifique a forma de se relacionar com o mundo e com as outras pessoas. Ocorrem alterações das emoções, das cognições e dos reflexos motores.
A DOPAMINA é o neurotransmissor da dependência.
Ela dispara a sensação de prazer. Por exemplo: ao cheirar cocaína, o cérebro é inundado de dopamina e vem a sensação de euforia.
O impulso e a memória ligada ao uso das drogas, faz com que o desejo de usá-las seja despertado imediatamente ao se ver alguém usando, se o ambiente lembrar o uso, se objetos presentes se relacionarem ao uso.
As drogas podem ser ESTIMULANTES, PERTURBADORAS ou DEPRESSORAS do SISTEMA NERVOSO CENTRAL.
DROGAS ESTIMULANTES DO SNC:
Ocorre o aumento da atividade cerebral, aumento dos batimentos cardíacos, da respiração, da pressão arterial, da temperatura corporal, perda de apetite e do sono.
A pessoa fica mais alerta, atenta, sente-se mais forte, mais corajosa, poderosa e dinâmica.
Rende mais no trabalho. Dentre elas destacam-se a cocaína, crack, anfetaminas, ecstasy.
COCAÍNA
A cocaína provoca EFEITOS FÍSICOS e PSÍQUICOS.
É uma das drogas ilícitas mais consumidas, que pode causar danos irreversíveis ao cérebro.
Atinge principalmente o lobo frontal, que é responsável pela criatividade, controle dos impulsos e senso crítico.
Leva a pessoa a fazer coisas que normalmente não faria como: agredir, roubar, enganar, mentir e até matar para conseguir recursos para obter a droga.
EFEITOS FÍSICOS
Hiperatividade, insônia, perda de apetite, pupilas dilatadas, rinite, perfuração do septo nasal, aceleração do pulso, aumento da pressão arterial, arritmia, sudorese, náuseas, vômitos, tremor, impotência, aumento da resistência física.
EFEITOS PSÍQUICOS
Euforia, idéias de grandeza e de poder, idéias paranóides, delírios persecutórios, ciúme exagerado, alucinações visuais, auditivas e táteis, falar muito e de forma confusa, agressividade, irritabilidade, mudanças repentinas de humor, depressão.
Quanto maior for o tempo de uso da cocaína, maiores serão os prejuízos para o cérebro e estragos ao organismo.
Problemas cardíacos, enfarte, comprometimento das funções hepáticas, problemas sexuais, psicose, depressão, morte súbita.
CRACK
É uma forma de cocaína mais concentrada.
Desequilibra a química cerebral de forma mais rápida. Entra no corpo diretamente através dos pulmões, chegando ao cérebro.
EFEITOS FÍSICOS
Insônia, perda de apetite, dilatação das pupilas, aumento da pressão arterial, taquicardia, problemas respiratórios, convulsão.
EFEITOS PSÍQUICOS
Idéias paranóides, delírios persecutórios, alucinações, depressão, falar muito, agressividade ( podendo se tornar violento ).
ANFETAMINAS
Embora seu uso tenha sido proibido pela Anvisa, muitas pessoas se utilizaram da anfetamina e de seus derivados para emagrecer
( como moderadores de apetite ) e para manter a pessoa acordada por longo período de tempo ( chamadas também de “bolinhas” ou “rebites”, muito utilizadas por motoristas de caminhão).
Os efeitos são semelhantes aos da cocaína, tanto a nível físico, como psíquico.
Utilizadas para o emagrecimento, retiravam a fome do paciente, que emagrecia rápidamente e em contrapartida ganhava agitação, nervosismo, insônia, depressão e perda de memória.
Alguns casos chegavam ao desenvolvimento de delírios persecutórios e de alucinações.
Seu uso continuado reduz o metabolismo, e a capacidade do organismo queimar gordura também diminui.
DROGAS PERTURBADORAS DO SNC
São drogas que produzem distorções, anormalidades, ou desvios no SNC (Sistema Nervoso Central), como a maconha e o LSD.
MACONHA
A maconha é vista como porta de entrada para drogas mais pesadas, porque seu uso produz mudanças no cérebro, tornando a pessoa mais estimulada a procurar outras drogas, se tornando mais propensa à dependência química.
Estudos demonstram que entre os usuários jovens de maconha, é maior a incidência de, baixo rendimento intelectual e de evasão escolar.
Seu consumo continuado aumenta o risco de surgimento de distúrbios psiquiátricos, principalmente depressão.
EFEITOS FÍSICOS
Conjuntivite crônica, perda de apetite, impotência sexual relativa, insônia, taquicardia, sede, náuseas, boca seca.
EFEITOS PSÍQUICOS
Sonolência, fala pastosa, alterações da percepção, alucinações, dificuldades de concentração, de memória e atenção, lentificação, compulsão, falta de motivação, inação.
INTOXICAÇÃO POR MACONHA (cannabis)
Sinais objetivos da intoxicação : aumento do apetite, injeção conjuntival, boca seca, taquicardia, hipotermia, sedação.
Aparecem outros sintomas como euforia ou disforia, ansiedade, suspeita, risos inapropriados, distorção da sensação de tempo, retraimento social, comprometimento do juízo.
Frequentemente utilizada com álcool, cocaína ou outras drogas. Pode causar despersonalização, alucinações, distúrbio delirante com sintomas de pânico ou psicose.
Seu uso contínuo ( crônico ) conduz à ansiedade ou estados depressivos e síndrome amotivacional.
LSD
EFEITOS FÍSICOS
Dilatação das pupilas, turvamento da visão, taquicardia, tremores, dores pelo corpo, convulsão.
EFEITOS PSÍQUICOS
Alterações visuais e táteis, despersonalização ( semelhante a esquizofrênia), alucinações, suicídios involuntários ( a pessoa pensa que pode voar e se joga), ideações paranóides.
DROGAS DEPRESSORAS DO SNC
Causam relaxamento, a pessoa fica mais calma, afastam as sensações desagradáveis, reduzem a insônia, a ansiedade e a depressão. Dentre estas drogas estão os BENZODIAZEPÍNICOS e os BARBITÚRICOS, que só devem ser utilizados com recomendação médica, pois o uso contínuo por longo período de tempo, causa dependência.
Provocam sonolência, confusão e desatenção.
A mistura com álcool ou com outras drogas potencializa seus efeitos, podendo levar à graves consequências.
O QUE É DEPENDÊNCIA?
É a necessidade física e/ou psíquica de usar drogas, resultante de seu uso contínuo ou periódico.
DEPENDÊNCIA FÍSICA
O organismo da pessoa já não consegue funcionar sem a utilização da droga.
DEPENDÊNCIA PSÍQUICA
É a vontade incontrolável de usar a droga periódica ou continuamente.
O QUE É SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA?
Conjunto de sintomas que surgem após a interrupção do uso de determinadas drogas.
Surgem sintomas como : mal estar, calafrios, tremores, vômitos, diarréia, sudorese, confusão mental, delírios, convulsões, dores pelo corpo.
O QUE É TOLERÂNCIA?
É quando o organismo se adapta ao uso da droga de tal forma, que é necessário o usuário aumentar a dose, para obter os mesmos resultados anteriores.
Isto faz com que cada vez aumente mais o uso da droga.
Condições fisiológicas e psicológicas vão fazendo com que a exaltação do uso fique cada vez mais difícil de ser obtida.
Doses cada vez maiores são utilizadas, à intervalos cada vez menores.
Surgem então, sentimentos de culpa, medos, insegurança.
Não conseguem perceber outro meio de enfrentar o problema, mas percebem o perigo.
Surgem as depressões do “dia seguinte”, intercaladas com exaltação.
Sem ajuda, sem tratamento, a depressão pode se tornar permanente.
O QUE É SINERGISMO?
Quando os efeitos da droga são potencializados pelo uso de álcool ou de barbitúricos.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PESSOAIS
- A principal caracterísca da pessoa que usa drogas é a IMPULSIVIDADE
- O pensar, o esperar, é substituído pelo ato de consumo da droga.
- Incapacidade de enfrentar tensões, problemas, frustrações, angústia, dor e expectativa, assim recorre a gratificação imediata usando a droga. Busca esta gratificação não importando a satisfação dos outros.
- Usa de manipulação, não admite a dependência ( relata que só usa ocasionalmente e pouco ).
- Nega a realidade, acha que para de usar quando quiser, acredita estar no controle do uso.
- Não percebe que a causa do seu comportamento é a droga, e não a realidade que está à sua volta.
- Ilude-se, minimiza o seu problema, passa a mentir e projeta suas dificuldades nas outras pessoas: “ os outros que têm problemas”.
AS ALTERAÇÕES CAUSADAS PELO USO DE DROGAS
ALTERAÇÕES BIOLÓGICAS
Doenças cardíacas
Doenças respiratórias
Doenças do aparelho digestivo
Doenças do aparelho sexual
ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS
Diminuição da atenção, da concentração e da memória.
Perda da noção de tempo e espaço.
Alterações de humor ( podendo passar do riso ao choro ).
Perda da autoestima.
Passividade.
Insegurança e introversão
Depressão e ansiedade.
ALTERAÇÕES SOCIAIS
Prejuízo do desempenho social, profissional e afetivo
Afastamento da família, brigas.
Fracasso escolar e/ou profissional.
Rejeição por parte das pessoas que não usam drogas.
Perda do emprego, perda financeira.
Afastamento dos filhos, fim do casamento ou relacionamento.
Perdas sociais.
O que podemos observar, é que frente a exaltação e satisfação imediatas que as drogas proporcionam,
os prejuízos e as perdas resultantes são bem maiores.
O mais importante é enfrentar os medos, a angústia e procurar os grupos de apoio e ajuda profissional.
A FAMÍLIA, SEUS SENTIMENTOS E APREENSÕES
Ao identificar que um de seus membros está usando drogas, a família pode passar por incontáveis sentimentos e sensações.
No início sente perplexidade, culpa, desespero, não sabe como agir, sensação de impotência.
Mais tarde, raiva, decepção, frustração, profunda tristeza.
Aos poucos esses sentimentos vão dando lugar à necessidade de enfrentar o problema.
No caso do dependente químico, é necessário que a família busque os grupos de apoio como Al-Anon ( Alcólicos Anônimos),
ou o Nar-Anon (Narcóticos Anônimos ). Poderá assim dividir com outras famílias, suas angústias, anseios e dores.
COMO SABER SE MEU FILHO (A) ESTÁ USANDO DROGAS?
Muitas vezes é bastante difícil identificar o uso de drogas, até que surjam as primeiras consequências de seu uso ou abuso,
como por exemplo: acidentes, mudanças significativas de comportamento, envolvimento em brigas.
Seguem abaixo algumas orientações e possibilidades:
- Procure saber com quem seu filho(a) se relaciona. Qual é o grupo de amigos.
- Se utilizam algum tipo de droga.
- Mudanças comportamentais como: trocar o dia pela noite, mudar a forma de se vestir, começar a mentir, a inventar desculpas para não cumprir suas tarefas, desatenção, preguiça, roubar dinheiro ou objetos de casa, usar óculos escuros com exagerada frequência, redução no desempenho escolar ou profissional, faltas na escola ou no trabalho.
- Mudanças de humor e de personalidade.
- Exigências de privacidade.
- Dificuldades de comunicação. Não consegue mais conversar como antes.
- Encontrar em seu quarto objetos estranhos ao ambiente como: resíduos de ervas ou de pó branco, cachimbos, colírios, xaropes, comprimidos estranhos, papel de seda, seringas, lâminas de barbear, esmaltes, cola.
- Presença de sintomas antes inexistentes como: calafrios no verão e suores no inverno, palidez, perda ou aumento de peso,
coriza constante, pupilas dilatadas ou contraídas, tonturas e vertigens, boca seca, falta de coordenação motora.
OBSERVAÇÃO: Nada do que foi descrito acima deve deixar pais e familiares apavorados, e nem fazer com que saiam numa busca obsessiva ao encontro dessas possibilidades.
Caso evidenciem algum problema, o primeiro movimento deve ser o de procurar esclarecer o que está acontecendo e conversar muito com seu filho ou filha, e o segundo movimento é o de buscar ajuda especializada.
OPÇÕES DE TRATAMENTO
- PSICOTERAPIA INDIVIDUAL
- PSICOTERAPIA DE GRUPO
- GRUPOS DE AJUDA como o N.A.( Narcóticos Anônimos) e o A.A.( Alcóolicos Anônimos)
- COMUNIDADES TERAPÊUTICAS
- Grupos para a família como o Nar-Anon e o Al-Anon
- Uso de medicações específicas acompanhadas pelo psiquiatra
- ABORDAGEM bordagem filosófica para mudanças de valores e valorização da vida.
ALCOOLISMO
A utilização do álcool vem ocorrendo cada vez mais cedo na vida dos adolescentes, tanto meninos, quanto meninas. Segundo estudos, crianças de 12 anos já começam a beber, e o consumo de álcool desde o início da adolescência deixa marcas no cérebro.
O cérebro jovem é mais atingido pelo uso do álcool do que o do adulto e os efeitos a longo prazo são graves, como: déficits de aprendizagem, problemas de memória, dificuldade de autocontrole, ausência de motivação e de atenção.
O abuso de álcool na adolescência, também aumenta a chance da pessoa se tornar alcóolatra ou alcoolista na idade adulta.
Além dos danos neurológicos, o jovem fica mais exposto à riscos como: acidentes no trânsito, atropelamentos, violência, envolvimento em brigas, sexo sem proteção.
Faz parte da fase da adolescência, a busca por novas emoções, por aventuras, por situações de risco, por experimentar álcool e outras drogas. O jovem sente que pode tudo, e que nada de mal vai acontecer.
A influência da família não é tão grande nesta fase, como a influência que exercem as amizades. Logo, não se pode atribuir aos pais a culpa pelo uso abusivo de álcool de seus filhos adolescentes.
Claro está, que pais que negligenciam seus filhos, maltratam, batem, ou se omitem, provocam atitudes negativas em seus filhos como o uso de drogas, envolvimento em brigas, contar mentiras, enganar, faltar aulas, etc..., mas o uso e abuso do álcool tem um componente genético, que pode se somar a personalidade da pessoa.
O alcoolismo é uma doença biopsicossocial, e tem componente genético. Ocorrem alterações na pessoa à nível biológico, psicológico e social, como visto anteriormente.
Parentes de alcoolistas, ou pessoas próximas, tem risco 3 a 4 vezes maior de desenvolver problemas com álcool.
O consumo constante de álcool, reduz a expectativa de vida em 10 anos.
SINAIS DA DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL:
- Aumento do número de doses para obter o mesmo efeito.
- Desejo persistente de consumir a substância.
- Ausência da substância levando à Síndrome de Abstinência.
- Problemas nos relacionamentos sociais, familiares, profissionais, escolares, e no lazer , pelo uso do álcool.
- Continua a consumir, independentemente dos problemas já instalados.
O Alcoolismo é uma doença biopsicossocial, e tem componente genético. Ocorrem alterações na pessoa à nível biológico, psicológico e social, como visto anteriormente.
Algumas consequências do alcoolismo, são:
- Doenças do aparelho digestivo, gastrite.
- Cirrose hepática
- Pancreatite
- Anemia.
- Doenças cardiovasculares, hipertensão
- Polineurite alcóolica ( caracterizada por dor, formigamento e cãimbras nas pernas ).
É uma doença progressiva, que só vai se agravando quando a pessoa perde o controle do uso do álcool.
VISÃO PSICANALÍTICA
A exaltação do álcool vai ocorrer, porque com seu uso, inibições e restrições com relação à realidade são abolidas. É como se tudo fosse permitido. Elimina preocupações, os obstáculos parecem menores, a pessoa sente que pode realizar seus desejos, esquece a existência de suas frustrações externas, ao mesmo tempo em que faz vencer suas inibições internas ( inclinação depressiva ).
Alcóolatras ou alcoolistas, são pessoas em que o desejo de beber não cessa: bebem porque estão felizes, bebem para comemorar, bebem porque estão tristes, bebem para esquecer, bebem porque estão tensos, bebem porque gostam, ou seja, sempre existe uma justificativa para beber.
Observa-se uma suscetibilidade constitucional, genética e uma personalidade com características de propensão ao uso do álcool. O interesse pelo álcool vai substituindo o interesse pelas pessoas, pelas atividades, pelo lazer saudável.
Quando por fim, cessa a exaltação do uso do álcool e a pessoa volta à realidade, está parecerá cada vez pior, mais difícil, mais frustrante. Os estados de ânimo depressivos que foram eliminados pelo uso do álcool, reaparecem no “dia seguinte”, ou precipitam as depressões.
TRATAMENTO DO ALCOOLISMO
Primeiramente é necessário que o dependente admita a sua impotência diante da doença, e que precisa de ajuda.
O tratamento consiste de:
- Desintoxicação
- Farmacoterapia com medicamentos específicos no tratamento do alcoolismo( psiquiatra).
- Terapia cognitivo comportamental, objetivando mudanças no comportamento.
- Terapia individual ou de grupo
- Participação em grupos de autoajuda - AA Alcóolicos Anônimos
- Participação da família em grupos de apoio como o Al-Anon Alcóolicos Anônimos.
TABAGISMO
O Tabagismo é uma doença crônica, de dependência à nicotina. Esta dependência tem componente genético. A nicotina é uma droga como outra qualquer. Libera substâncias que trazem sensação de prazer ( como a dopamina ), e atua como antidepressivo.
Aos poucos, com o desenvolvimento do hábito de fumar, o cigarro passa a fazer parte da rotina diária e se torna “um companheiro” constante.
CONSEQUÊNCIAS:
- Aumenta o risco de doença coronariana
- Desenvolvimento de hipertensão arterial
- Aumenta o risco de doença cerebrovascular
- Câncer de pulmão
- Câncer de bôca, da laringe, do esôfago, do pâncreas, da bexiga.
- Bronquite crônica, tosse, pigarro, infecções respiratórias frequentes, dores no peito.
- Enfisema pulmonar
- Úlcera gástrica e duodenal
- Diminuição do olfato e do paladar
- Fadiga
- Falta de aptidão para determinadas tarefas
- Queda do desempenho sexual e esterilidade
- A associação do alcoolismo ao tabagismo, agrava doenças inflamatórias do esôfago, do intestino e do pâncreas.
POR QUE RAZÃO SE COMEÇA A FUMAR?
As razões são muitas. Inicialmente para experimentar, para obter aprovação social, por sentir prazer, para tentar driblar a insegurança e a timidez.
Alguns começam a fumar na tentativa de se livrar do estresse, da raiva e de sensações de vazio. Mas com o uso contínuo e com o passar do tempo, ele, o cigarro, torna-se indispensável, seja após o cafézinho, após o almoço, ao beber com amigos, ao falar ao telefone, quando tem que esperar por alguém ou por alguma coisa.
A associação do cigarro com o álcool, reduz a absorção da nicotina e faz com que a pessoa fume mais ainda.
O cigarro muitas vezes passa a ser utilizado como um acessório facilitador das relações sociais, ou comosuporte para se proteger das próprias inseguranças.
O fumante então, quando fica muitas horas sem fumar, começa a se sentir desconfortável, irritado, ansioso e deprimido. Busca então o cigarro para repor a carga de nicotina necessária. É a dependência física à nicotina.
A MULHER E O CIGARRO
Pesquisas indicam que as mulheres são mais suscetíveis aos efeitos nocivos do fumo, do que os homens.
O fumo dobra a probabilidade de câncer de mama, aumenta o risco de câncer de cólo do útero, e a incidência de ataques cardíacos e de derrames, que se agrava, com o uso da pílula anticoncepcional.
Além disso, também provoca: envelhecimento precoce, antecipação da menopausa, aumento da infertilidade e de nascimento de filhos prematuros.
TRATAMENTO DO TABAGISMO
Ao tentar parar de fumar, a pessoa se sentirá muito irritada, ansiosa.
Pode se tornar agressiva, ter dores de cabeça, tonturas e insônia.
É necessário suportar esta fase difícil, que passará em alguns dias.
O tratamento inclui reposição de nicotina, através de chicletes e de adesivos de nicotina.
Antidepressivos como a Bupropiona, que diminui os sintomas da abstinência.
Terapia Cognitivo-Comportamental: necessária para mudança de hábitos,
e para uma boa substituição do“companheiro” constante.
Exercícios de relaxamento e meditação, para obtenção do alívio do estresse.
É recomendável mastigar tirinhas de cenoura e aipo crú, para reduzir o desejo de fumar.
Acupuntura também pode ajudar.
Sabe-se que recaídas acontecem. O importante é não desistir e tentar novamente, visando os benefícios que virão, como:
melhora da função pulmonar, queda do risco de enfarte agudo e de derrame cerebral, diminuição do cansaço
e mais tempo para se aproveitar a vida.